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Rumo ao ensino superior

Tenho paralisia cerebral, sou cadeirante, não falo, mas me comunico com o sistema Bliss e escrevo no computador com um capacete com ponteira. Minha coordenação motora foi afetada, mas o meu intelecto é preservado. Ao longo dos anos, estudei no ensino especial, ensino regular e, finalmente, no ensino superior, onde me formei Jornalista.

ENSINO ESPECIAL

 

Desde muito pequena tinha o sonho de ir para uma escola igual a da minha irmã Sarita. Eu gostava muito quando ela brincava comigo de escolinha e me ensinava as mesmas coisas que estava aprendendo. Mas fui para uma escola especial e com 7 anos estava alfabetizada.

 

Aos 12 anos, meus professores e terapeutas me disseram que achavam que eu tinha condições de ir para uma escola regular. Que dificuldade! Não tinha ideia de como seria difícil de encontrar uma escola para mim.

 

As públicas diziam que não se responsabilizavam pelo meu computador e as particulares falavam que não tinham adaptações, mas finalmente encontrei!

 

 

ENSINO REGULAR

 

Estava com 14 anos e não sabíamos ao certo em qual série eu entraria, porque as escolas especiais que eu tinha estudado não tinham seriação. Então, fui para a 3ª série e 2 dias depois me chamaram para conversar e me dizer que que eu iria para a 4ª série.

 

Só na 6ª série é que minha matrícula foi regularizada, pois até então nem a Delegacia de Ensino sabia como oficializar.

 

Minha fono e fisio foram até a escola e deram todas as orientações para os professores que passaram a me entender melhor e perderam o medo de lidar comigo.

 

Meus colegas, no início, ficavam em cima de mim e eu gostava, afinal era o centro das atenções! Com o tempo passando, aquele interesse em mim foi acabando. Entrei em crise... Mas entendi, eu era uma aluna igual a eles. A minha inclusão estava feita!!

 

 

ENSINO SUPERIOR

 

Fiz o ENEM e prestei vestibular agendado para Jornalismo na UNIP. Mais uma barreira vencida. 

 

Solicitamos que eu tivesse uma acompanhante que conhecesse o Bliss, para intermediar a comunicação e eles aceitaram.

 

Alguns professores eram bem compreensíveis, outros, nem tanto... Duvidavam, mas era até me conhecerem melhor.

 

Ganhei o respeito dos colegas, fiz amizades que vão durar para sempre e 4 anos depois consegui o meu diploma de Jornalista.

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